segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Hip Hop na origem

Na rua: evento em Perus valoriza a cultura hip hop



O hip hop está em festa. E na rua, onde surgiu e se sente mais à vontade, perto do povo da quebrada. O evento NA RUA! HIP HOP EM FESTA, realizado pela Comunidade Cultural Quilombaque, Phone Raps e NAAÇÃO no último sábado (03/10), em Perus, sintetizou a força da periferia e mostrou que a cultura hip hop ainda pode ser uma alavanca para o poder criativo de um povo forte e comprometido com a evolução das mentes e ações humanas.

Marcada para iniciar às 14h, a festa só começou perto das 18h, quando a energia foi restabelecida no bairro. Com 18 grupos escalados para tocar, o público começou a chegar de vários lugares da cidade e encheu a Travessa Cambaratiba, transformada em um belo cenário de comunhão artística. A TV de Franco também estava presente e registrou todo o evento, além de entrevistar os líderes dos grupos organizadores (confira entrevista acima com VL, do Cartel Central e do Grupo NAAÇÃO) e fazer os bastidores com os MC's, grafiteiros e DJs que participaram da festa.

A exposição de quadros pintados pelos artistas Dinas, Fofão e Ricardo Nots foi montada no muro do lado esquerdo do palco, enquanto os grafiteiros Bonga, Derf e Guetus mandaram ver nas cores e traçados primorosos em seus graffitis no outro muro. Os DJs Xerxes, Padaria Men e Pow - da Phone Raps -, além dos DJs Hadji, M.F. e André foram os responsáveis pelo set list do evento.

Livros e artes

Além das barracas de comes e bebes - cujo dinheiro arrecadado será destinado à manutenção do espaço para os cursos, oficinas e eventos -, outros grupos foram convidados a mostrar o seu trabalho, como o Lixo Arte, do Morro Doce, que montou oficina de xilogravura em um dos stands; a galera do Quilombhoje, com livros diversos sobre a cultura negra; o grupo É de Lei, que trouxe campanha educativa sobre sexualidade, com distribuição de camisinhas e informativos, além de venda de CDs e DVDs de rap a preços populares.

Por volta da meia-noite, a chuva não perdoou e desabou dos céus peruenses, encerrando os shows, mas não a certeza de que outros eventos transformadores como esse virão e que o hip hop na zona noroeste de Sampa ainda vai dar muito o que falar.

Entrevista Central Hip-Hop

Antes da festa na rua, a jornalista Ana Ju, do site Central Hip-Hop, antigo Bocada Forte, entrou em contato com a Comunidade Cultural Quilombaque para saber como funciona o protagonismo juvenil em Perus e região. A entrevista com Clébio e Cleiton Ferreira (Dedê e Fofão) está na reportagem Protagonismo juvenil: o hip-hop na linha de frente.

"Agora é o momento de unir novamente o movimento, os grupos, os MCs, os grafiteiros e tudo o mais, pois não dá mais para ficar cada um na sua, fazendo o corre individualmente. A nossa experiência aqui na Quilombaque é de comunidade, não de isolamento. E é isso que queremos valorizar cada vez mais, não só no Hip-Hop, mas nas outras artes também", diz Fofão.

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